Sara Letícia
Meu nome é Sara Letícia Corrêa, tenho 27 anos, sou publicitária e moro em Florianópolis. Minhas grandes paixões são: música, viagens, arte e fotografia. Me considero uma mulher criativa e adoro descobrir e aprender coisas novas constantemente.
Minha história com o câncer começou em 2017, na época eu ainda tinha 26 anos. Não tinha histórico familiar, nem idade de risco, então foi uma surpresa para todos, inclusive para minha médica. Descobri por acaso, estava na praia com umas amigas e ao passar o protetor senti um caroço no seio direito. No dia seguinte procurei um médico, assustada, pois nunca havia sentido aquilo antes, e então recebi o diagnóstico.
Foi uma puxada de tapete e tanto! Inicialmente temi a morte, depois veio o desespero de ficar careca, um turbilhão de sentimentos. O tratamento começou em março de 2017, durou 1 ano aproximadamente. Fiz 16 sessões de quimioterapia, 2 cirurgias (onde tirei apenas o quadrante) e terminei o tratamento com 30 sessões de radioterapia.
Durante todo o tratamento fui muito bem amparada, tanto pelo Cepon, o hospital onde me tratei, quanto pela minha família e amigos, que foram a minha base e a minha fortaleza. Um fato curioso: Em 2016 havia me programado para ir ao Rock In Rio, comprei ingresso, passagens e tudo mais. Meu sonho era assistir minha banda preferida (Red Hot Chili Peppers) ao vivo, e com a descoberta do câncer o médico me alertou sobre o que eu enfrentaria durante o tratamento e disse que seria uma opção vender os ingressos, pois era muito improvável eu estar bem disposta para encarar um show desse porte.
Isso foi como um soco no estômago, pois ali eu percebi que o câncer começava a limitar
minha vida, meus planos. Entretanto, para mim, desistir não era uma escolha, eu iria naquele show de qualquer maneira. Me lembro que quando fui raspar meu cabelo, depois do início da quimioterapia, escolhi a música “Dark Necessities” do RHCP para ser a trilha sonora. Chorei feito um bebê, foi um
dos momentos mais intensos da minha vida. E minha decisão de ouvi-la nesse momento foi justamente para usar como um “amuleto”, meu objetivo era ouvir a mesma música, mas lá, assistindo os caras de pertinho. Meu tratamento acabou 15 dias antes da data do evento, sempre que eu pensava em desanimar ao longo do caminho eu me lembrava do show, ouvia a música e erguia a cabeça.
Foi então que o grande dia chegou, meu tratamento deu super certo e eu estava bem fisicamente para ir. Fui carequinha ainda, pulando de alegria, cheguei na cidade do Rock e corri direto para o palco. Quando ouvi a música e vi os caras tocando senti uma energia surreal, eu estava viva, eu tinha vencido!
Sem sombra de dúvida foi o marca da minha luta, eu superei o câncer através do que eu amava: a música! Passaram-se um ano do fim definitivo do tratamento. Hoje vivo minha vida normalmente de
novo, trabalhando, curtindo tudo com muito mais intensidade e de uma forma mais leve, me permitindo sentir a vida em todos os sentidos, grata por ter ganhado uma nova chance.
Maria Clara nasceu no Piauí e tem 22 anos. Trabalha com tatuagem desde 2015 e reside no Rio há dois anos. Suas tattoos abordam principalmente a figura feminina e a natureza.
Maria
Clara
Do dia 29 de Outubro até o dia 04 de Novembro a Exposição permanece montada e estará aberta para visitação de 12 horas até 18 horas.
As obras vendidas, terão parte do valor destinado à Associação Amigas Cleia Beduschi.