Lisa Guedes
Tive Carcinoma de mama invasivo e matastase axilar em dezembro de 2010, estadiamento 3. Tratei com cirurgia (mastectomia), químioterapia, radioterapia e tamoxifeno oral. Após seis anos da doenca estabilizada comecei a sentir falta de ar, fadiga e tosse. No dia 30 de março de 2016, meu aniversário, recebi da minha médica o resultado dos exames. A doença voltou. Metástases bem adiantadas. Estava com metastase na pleura e pulmões direito e esquerdo. Metástase no figado, ossos, tireóide e gânglios cervicais. Meu chão sumiu! Vou morrer em pouco tempo. A vida acabou pra mim. Sim; Pensei na morte por um tempo.Tive medo, muito medo, pânico. Em menos de 24h após a consulta estava no hospital para cirúrgia. Deixei pra trás na minha casa, minhas filhas ( 21 e 7 anos), meu marido , minha mãe, meu pai e meus irmãos. Estavam todos na minha casa para comemorarmos o meu aniversário. Fui para o hospital acabada, perdida, com medo de não voltar e ter deixado todos com aquele olhar fundo de tanta tristeza.
Olhar para eles me deixava ainda mais triste. Não tinhamos como disfarçar os olhares entre um outro. O sofrimento era mútuo, dia 31 foi a cirurgia e daí em diante dez dias de sofrimento físico e mental. Uma crise de ansiedade se instalou na minha mente, as emoções brotavam como uma avalanche me atirando pra lugares desconhecidos. Meu corpo respondia bem, minha recuperação fisica estava um sucesso, mas emocionalmente eu estava quebrada.
O tempo. O tempo foi meu mestre. Dia 08 de abril tive alta do hospital. Voltar pra casa ver minhas pequenas, cantarem e sorrirem com minha chegada foi meu primeiro estímulo pra iniciar minha luta. Fui cuidada, amada e protegida por todos. Foram tantas orações de tantos amigos, tantas vibrações, flores, que eu nunca vou conseguir retribuir como gostaria um a um. O plano de tratamento foi traçado e em 16 de abril comecei as quimioterapias. Doze ciclos semanais com descanso para refazer os exames e ver a resposta do tratamento. E assim foi ate janeiro de 2017. Sim! O milagre foi alcançado. A cada reavaliação as metas diminuiam, um sucesso total. Foram muitos dias de agonia, muita leitura, muitas viagens aos buracos mais escondidos da minha mente.
Aprendizado, movimento, ACEITAÇÃO, força, fé, esperança, resiliência. Enfim...em janeiro meu esquema de tratamento foi mudado. As terríveis quimioterapias foram substituídas para imunoterapia e terapia oral com anti hormônios. Ainda nao existe cura para CA metastatico. É uma doenca crônica. Sigo no novo esquema de tratamento com ciclos quinzenais. Hoje sou outra alma no mesmo corpo. Quebrei muitos preconceitos e conceitos enraizados. O principal dos estigmas que superei foi o medo da morte. A morte é inevitável, a finitude aqui é a unica certeza. Por isso vivo o hj da melhor forma. É inútil se debater contra o mistério da vida.
Tamanho: 110 x 140
Materiais usados: spray sobre tela
Bruno Brasil, 23 anos, estudante de Design na Universidade do Sul de Santa Catarina. Através do convívio dentro do skate, aproximou-se ainda mais da cultura de rua por meio do graffiti, estimulando-o a desenhar cada vez mais. Com o tempo, adquiriu novas técnicas que evoluíram tanto na arte urbana quanto na ilustração, sendo convidado a participar de eventos em grandes capitais como Porto Alegre, Curitiba e Rio de Janeiro. Começou a tatuar em 2015 ao lado de amigos e em 2016, após voltar de um intercâmbio em Portugal, abriu seu estúdio chamado Café Preto Tattoo junto do artista carioca Pedro Gomes. O estúdio existe em Florianópolis e no Rio de Janeiro, com intuito de tornar-se referencia em intercâmbio cultural, intelectual e artístico do cenário da tatuagem nos dois estados.
Do dia 29 de Outubro até o dia 04 de Novembro a Exposição permanece montada e estará aberta para visitação de 12 horas até 18 horas.
As obras vendidas, terão parte do valor destinado à Associação Amigas Cleia Beduschi.
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Valor Obra: R$900.00