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" Alastrando vida "


Tamanho:  60x40cm 
Materiais: pedaços de natureza e insetos sobre caixa entomologica.

Lilian

Meu nome é Lilian, tenho 28 anos, sou Fonoaudióloga, feminista, militante, noiva, amo a natureza, acampar, viajar, reggae, rap, samba, fazer trilhas, natação e corrida. No início do ano passado descobri um câncer de mama e precisei passar por cirurgia, quimioterapia e radioterapia. A descoberta é aquele abismo sem fim, mas a primeira pessoa que eu conversei foi o médico que trabalhava comigo, ele me contou a história de sua esposa que tbm passou por isso e tava bem a anos e me deixou mais tranquila no mesmo momento, até eu chegar em casa e ter que contar pra minha mãe NE?! Pq ai meu mundo caiu de novo, ver minha mãe sofrer foi horrível. Mas de alguma forma eu sabia que precisava passar por isso, e eu sabia que ia ficar tudo bem, mesmo com muito medo de tudo, eu sentia e nunca culpei ou questionei Deus. Antes da cirurgia e de todo o processo eu comecei um tratamento espiritual no Frei Luiz, o médium me explicou a teoria deles do pq as doenças acontecem, e eu na hora sabia que tudo que ele tava falando era real. Ele me disse que não era uma punição e sim uma chance de evoluir em vida. Meu perispírito estava expulsando coisas ruins do meu espírito e isso bate na forma física que é o nosso corpo (mais ou menos isso). Segundo o espiritismo a gente encarna pq precisamos evoluir ou ajudar alguém a evoluir espiritualmente, seres evoluídos não voltam a terra, só se quiserem ajudar alguém. Então evoluir em vida é sim um grande presente!! E como eu evolui!

A cirurgia foi conservadora e não alterou esteticamente o formato da mama, apenas ganhei uma cicatriz na lateral, mas foi bem sinistro o processo de pré cirurgia pq é preciso assinar um termo responsabilidade autorizando o médico a fazer o que for melhor, ou seja eu poderia realmente acordar sem uma mama... assim que acordei a primeira coisa que fiz foi olhar pra ver se tava faltando alguma coisa rs, exatamente a primeira coisa, abri os olhos e fiz isso... levando um esporro da psicóloga pq eu não podia fazer movimentos bruscos, estava voltando de uma sedação de 6 horas, que foi o tempo que a minha cirurgia durou, como consequência me vomitei inteira... e foi assim que fui recebida pelos meus familiares no quarto, toda vomitada! Rsrs A quimioterapia foi intenso também, mas não tão ruim, a santa erva cannabica me SALVOU, a minha médica sabe que eu sou usuária e ela por ser uma médica jovem e super atualizada disse que sim, que existem estudos que comprovam a eficácia dela para amenizar os sintomas da quimio, uma pena que a gente não consegue ter acesso a erva na sua forma mais pura, mas mesmo assim ela me aliviou dos enjoos e me trouxe de volta a vontade de comer, muitos pacientes oncológicos ficam desnutridos pela falta de apetite e por conta do enjoo. O enjoo é absurdo, pode ter sua comida preferida na sua frente que você não quer comer. Mas eu senti os sintomas somente na primeira sessão, na primeira dose eu vomitei no dia seguinte, e fiquei muito enjoada, mas depois era só cansaço e cuidado para não engordar, pq comia normalmente (ou seja muito, sou taurina) e não fazia exercício nenhum. A rádio era bem suave, era todos os dias, por 30 dias, e me deixou com marcas, meu seio ainda é mais escuro que o outro, mas eu não sentia nada.

Meu namoro era recente e quando descobri disse pra ele que se ele não tivesse preparado pra passar por tudo isso comigo tudo bem, eu entenderia, ele achou um absurdo eu ter falado isso, pq ele estaria do meu lado independente do q fosse. E assim ele esteve, em cada consulta médica do meu lado, além disso me deu um presente lindo, o Dalmata Ziggy, que foi o meu grande companheiro nessa jornada além da minha família incrível. O Ziggy foi muito importante, ele me fazia sorrir constantemente, mesmo quando chegava exausta da quimioterapia me fazia tirar forças de não sei de onde pra brincar com ele e quando eu achava que tava impossível e chorava ele lambia minhas lágrimas até eu parar de chorar. Meu pai diz que ele trouxe sorte pra nossa família! E depois de todo o processo eu e Rodrigo viajamos para Amsterdam e ele me pediu em casamento!! Foi lindo!

Sobre ficar careca: chorava muiiiiito quando me imaginava careca, chorava muiiito quando vi meu cabelo começar a cair, mas quando raspei mesmo, me olhei no espelho e continuei me achando linda. As vezes ter o ego inflado ajuda rs. Eu fui madrinha de casamento careca, entrei numa igreja com 300 convidados, e esse dia foi incrível pq quando cheguei na festa tbm tinha uma senhora careca por conta da quimio e ela foi ao casamento de lenço e disse que quando me viu entrando ela tirou o lenço na hora,  pq viu que não estava sozinha e também não queria me deixar sozinha. Foi lindo! Viramos amigas! A pior parte da careca é exatamente essa, se sentir sozinha. Por exemplo, quando andava na cidade de dia, no calçadão, todo MUNDO me olhava, as vezes eu esquecia que tava careca e ficava procurando se tava “cagada”, pq não era possível todos aqueles olhares. Mas quando ia pros meus rolês alternativos que tem sempre várias minas carecas, eu já sentia o olhar de TMJ mana, ngm me julgava e nem me tratava como doente.

O mais importante de toda essa caminhada pra mim foram as amizades que eu fiz através das redes, desacelerar, olhar o mundo com mais calma e mais alma, priorizar o que deve ser prioridade como: família, poucos amigos e uma corrida num dia bonito. Saber que mesmo fraca, sou forte e que eu com pensamentos positivos vamos longe. Conheci uma nova religião, que foi fundamental para a minha recuperação, passei por algumas sessões de cura e troca de energia e isso alimentava a minha fé de uma forma inexplicável, a fé é muito importante, tem comprovações científicas sobre isso, ela mexe com aéreas do nosso cérebro que nos faz mais fortes, a fé verdadeira.

E eu venci todo esse processo, passei por tudo isso sem precisar parar de trabalhar e mudar totalmente a minha rotina, eu coloquei toda a rotina que a doença demanda na minha rotina e não a minha rotina na rotina de um doente. Continuei minha vida normal, só que com vários compromissos médicos.

Meu nome é Bruna Andrade sou tatuadora e estudante de artes. Tenho como principal caminho do meu trabalho a busca pelo retorno à natureza. O contato, a busca e organização desses elementos naturais me fazem encontrar respostas para vida. No final todos temos florestas inconscientes aflorando, só precisamos exteriorizar.

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Bruna

Andrade

Do dia 29 de Outubro até o dia 04 de Novembro a Exposição permanece montada e estará aberta para visitação de 12 horas até 18 horas.

As obras vendidas, terão parte do valor destinado à Associação Amigas Cleia Beduschi.

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