Cassia Carla Merlin

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Minha história começa em 22 de Setembro. Descubro um caroço na minha axila direita. 
Feito a biópsia, em 3 de Outubro, meu marido chamou minha mãe e meu irmão para dar o resultado, diagnosticada com metástases. Meu marido fa,ou que estava precisando fazer um tratamento, enquanto me encontrava na cozinha fazendo mamadeira de minha filha de quase um ano.
Ao chegar no colégio onde dava aula a crianças, estava muito sensibilizada, ao choro, a diretora me acolheu e me levou para casa. Fiz 5 quimioterapias, radioterapia, fazendo sempre exames, pelos médicos 6 meses de vida. Ao chegar a quinta quimio, fiz cirurgia em 26 de dezembro, fazendo mastectomia rsdical da mama direita. Foi tudo certo, ficou ótimo, tranquila.
Veio resultado da niópsia: Carcinoma ductal infiltrante com metástase para linfonodos axilares.
Com este resultado os medicos ficaram muito temerosos. Após 9 quimioterapias e radioterapia, segui minha vida, período muito difícil, embora minha mãe tivesse câncer não consegui lidar bem com a situação dela. Minha filha, minha família, meus amigos e meus alunos me levantaram para eu poder superar. Voltei a trabalhar e em 2004, no ginecologista, senti que ele percebeu alguma coisa de diferente em mim.  Conclusão, segunda vez, quadrante da mama esquerda comprometido.
Fui no espelho e disse: Tudo vai ser diferente, nada será igual. Nesta época já estava separada, morava com minha mãe. Começou de novo, quimio e radioterapia. Coloquei então um cateter, foi mais tranquilo. Fiz 6 quimios, minha vida foi diferente. Fiz tudo que queria fazer.
Fiz Universidade, terminei a faculdade, me aposentei. Tirei de letra, tirei forças em algum lugar, de pessoas queridas que estavam do meu lado. Desta vez minha reação foi mais tranquila do que a de minha mãe e a de meu médico que estavam inconformados com a gravidade (minha mãe desmaiou e o médico deu um soco na mesa). 

Fico engasgada em contar minha história. O que me aliviava era chorar muito embaixo do chuveiro.
Tô seguindo a vida. Apareceu outro nódulo, mas nada comprometido, são nódulos adormecidos e tranquilos. Numa reunião descobri que não sou tão forte. Alimento-me de esperança, dando força para quem não tem. Estou livre? Não, não estou livre! Tenho muito pé no chão. Mas sei que supero, que superei duas vezes. Com amigos, família, pessoas de energia boa, a gente supera. Acreditando em Deus, que é esplêndido, Ele não deixa cair uma folha de árvore sem seu consentimento.
Esta é minha vida, simples, mas tem pedras, tem espinhos, mas tem muita gente do meu lado dando força, dando energia boa. Isto que é importante.  Quando caiu meu cabelo, ah que horror! meu médico deveria ter me falado para eu estar mais preparada e ter raspado antes. O cabelo não era nada. 
A segunda vez eu não deixava minha filha ir para a escola, pois ela era minha fortaleza, ia ser a pessoa que faria eu não cair. É isso!
E continuo firme trabalhando a cada dia, superando esta doença chamada câncer!