Tamanho: 80 x 100
Materiais usados: tinta acrílica sobre tela
Ibis
Sou enfermeira e em junho de 2007, após uma mamografia (a qual não me submetia há 11 anos) descobri que na mama esquerda havia uma alteração que sugeria malignidade, apesar de não ter sido evidenciada nenhuma anormalidade, na palpação ao exame clínico e nem no auto exame. O nódulo localizava-se atrás da mama, próximo ao músculo peitoral. O exame foi solicitado como rotina do exame ginecológico.
Meu marido estava viajando e eu guardei este resultado por 15 dias, até que no dia do meu aniversário, (5/7) após comentar com minha irmã, tomei coragem para contar ao meu marido. Foi assim o diálogo, bem direto: -Estamos juntos? De corpo, alma e coração? E ele me respondeu: - Com certeza! E eu disse: - Então prepare-se que vanos ter que enfrentar uma batalha, estou com Ca de mama! Após o susto, iniciamos as providências. Apesar das indicações da minha ginecologista, eu sentia que naquele momento eu não precisava de um especialista, mas sim de um médico amigo. Encontrei mais do que isso, um “anjo médico”, cirurgião geral oncologista, que conheço sua trajetória
desde a residência. E escutei dele, quando da primeira consulta a seguinte frase: - “Fica tranquila que vou cuidar de você como se fosse a minha irmã ou minha mãe!”.
Após a USG com biópsia, veio o diagnóstico de carcinoma ductal infiltrante; fui operada em 2 de agosto(quadrantectomia de mama E) e a cirurgia foi bastante invasiva devido à localização do nódulo.
Iniciei a quimioterapia em setembro, com um médico indicado pelo cirurgião, que me acompanha até hoje. Foram 5 sessões a cada 21 dias, com exames de controle, cujos resultados, em algumas sessões, impediram que me submetesse ao tratamento, que era adiado por dias até estar em níveis satisfatórios. Após 15 dias da primeira sessão perdi todos os cabelos, literalmente. Por sugestão do meu filho mais velho, assumi a minha careca e descobri, por observação do meu marido, que tinha a cabeça bem bonitinha. As sessões de radioterapia foram em número de 33 e iniciadas em janeiro de 2008, diariamente. Passei por todo o tratamento e mais 5 anos de hormonioterapia, (anastrozol) recebendo alta em fevereiro de 2013. Permaneço em controle que atualmente, é anual. Durante todo este tempo tive o apoio e carinho da minha família e da equipe que me assistiu e, por esse motivo, não lembro de ter tido algum pensamento negativo em relação ao êxito do tratamento. Foram muitas pessoas que rezaram por mim e me dedicaram palavras de apoio e carinho.
Sou católica, muito ativa nos trabalhos da igreja que frequento e no ano de 2007, fui responsável pela organização da festa de São Peregrino, santo protetor contra o mal do câncer, dia 4 de maio, um mês antes do meu diagnóstico. Acredito, sinceramente, que esta foi a força e proteção necessárias para que eu enfrentasse este período, otimista, com a certeza do restabelecimento da minha saúde e conseguindo passar para a minha família que ainda estaremos juntos, se Deus quiser, por muito tempo. Não considero que a graça alcançada seja a cura da doença, mas, sem dúvida, a possibilidade de, ao fazer o exame, que diagnosticou a doença em estágio inicial, tenha sido feito de uma forma cuidadosa e criteriosa da profissional responsável pelo exame, que ao conseguir uma incidência perfeita, detectou a imagem que poderia passar desapercebida, pela difícil localização. Essa foi a graça. Em reconhecimento, religiosamente, todo dia 4 de cada mês, participo da missa e
bênção, em memória de São Peregrino. Em 2017 fui surpreendida com suspeita de câncer em rim D, sendo necessária ser submetida à Nefrectomia, cujo resultado anátomo-patológico, foi negativo para
neoplasia, apesar do laudo da RM. Mais uma graça para a minha vida. Hoje, posso garantir que não foi fácil, consegui me manter otimista, acreditando que tudo terminaria bem e demonstrando a todos uma força que nem eu sabia que possuía, mas que com certeza foi muito difícil.
Hanna Lucatelli, 27 anos.
Graduada em Design de Moda, pelo IED SP em 2014, desfilou coleção própria na casa de criadores em 2013 e foi a única brasileira finalista do concurso internacional WGSN fashion awards na categoria “future designer” para novos estilistas, realizado em Londres.
Em 2016 criou um projeto onde a cada dia ilustrava uma figura feminina diferente. Uma dessas figuras foi feita na parede, ao invés do papel. O encantamento com o desenho em grande escala e a parede como base foi instantâneo. Logo começou a espalhar as mulheres pela rua, sempre representadas como deusa e acompanhadas de uma mensagem sobre iluminação e amor.
Essa maneira de representar mulheres veio do incomodo com a forma como a figura feminina era retratada. Normalmente uma imagem criada por homens, hiper sexualizada, hiper fragilizada, vendendo produtos, uma peça a serviço de um jogo extremamente masculino e opressor. Desse incomodo surgiu a necessidade de pintar mulheres em grande escala como deusas, místicas, espiritualizadas, fortes, extremamente femininas...poderosas no feminino, na união e no despertar do feminino como força transformadora.
As figuras, normalmente, surgem acompanhadas de mensagens escritas sobre amor, pois acredita que a próxima revolução será a do amor, do afeto, da iluminação espiritual e que isso só virá por um levante da energia feminina.
Hoje tem trabalhos espalhados por diversos estados do Brasil, pintou um grande painel em Londres, foi destaque na última edição do ArtCore no Rio de Janeiro e tem um projeto chamado “interno” onde pinta essas figuras femininas dentro da casa de algumas mulheres.
Lucatelli
Do dia 29 de Outubro até o dia 04 de Novembro a Exposição permanece montada e estará aberta para visitação de 12 horas até 18 horas.
As obras vendidas, terão parte do valor destinado à Associação Amigas Cleia Beduschi.
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Valor Obra: R$1700.00